Área de Concentração

Desenvolvimento Regional e Diversidade

O Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Socioespacial e Regional, nível de Mestrado, aprovado pela Capes em março de 2010, está organizado em torno da Área de concentração Desenvolvimento e Diversidade Regional, centrada na análise das diversas concepções, interpretações e práticas de Desenvolvimento socioespacial. Busca compreender a noção de Desenvolvimento considerando a complexidade das situações que expressam a realidade regional. Nesse sentido o campo de atuação do programa abarca o tema do Desenvolvimento tendo como foco de pesquisa as diferentes formas de apropriação do espaço regional.

Importante ressaltar que a área  de concentração Desenvolvimento regional e diversidade leva em conta a análise das concepções de desenvolvimento nas suas diversas interpretações, inclusive,  na interpretação dos movimentos sociais e representações de povos e comunidades tradicionais dos estados amazônicos – segmentos cuja situação de vida e trabalho não se enquadram nas formas organizativas reconhecidas, mas considera a complexidade das situações que expressam a realidade regional e local. Nesse sentido, o campo de atuação do programa abarca o tema do desenvolvimento tendo como foco de pesquisa as diferentes formas de apropriação do espaço regional. A própria diversidade regional a ser interpretada deverá levar em conta a necessidade de produção de informações, bancos de dados e conhecimentos teóricos que possam subsidiar os estudos e a elaboração de projetos de desenvolvimento nas suas diferentes dimensões e expressões. Isso implica na produção de um conhecimento específicos sobre a região, cuja singularidade possa subsidiar ações governamentais voltadas para a dinâmica produtiva regional e local, integrando os diversos sistemas produtivos e agrário redirecionando os recursos existentes em favor de um desenvolvimento regional sustentável.

Linhas de Pesquisa

Estado, Trabalho e Globalização

Essa linha de pesquisa tem como objetivo uma abordagem centrada no processo de produção e relações de trabalho; no Estado como poder politico e como instituição estratégica no processo de definição de políticas de desenvolvimento. Tal abordagem proporcionará uma análise crítica dessas políticas, em face das diversidades política, econômica, social, ambiental e cultural do Maranhão. A perseguição desse objetivo exige uma interpretação, de caráter multidisciplinar, do processo de formação de um Estado que, historicamente, está situado na periferia do capitalismo mundial.
No desenvolvimento dessa linha de pesquisa, o Mestrado em Desenvolvimento Socioespacial e Regional estimulará a realização de estudos sistemáticos sobre o Maranhão contemporâneo, com ênfase para os impactos já produzidos com a implantação de grandes empreendimentos econômicos nos setores da agropecuária, madeireiro, minero -siderúrgico, especialmente no chamado corredor de exportação. Os denominados grandes projetos, além de atingirem diversas territorialidades rurais, trazem impactos para as zonas urbanas, explicitando no âmbito da política as contradições sociais e ambientais, que determinam o surgimento de movimentos sociais populares que reivindicam do Estado uma ação mais abrangente, no tocante a processo de desenvolvimento condizente com as dinâmicas produtivas locais e com os diferentes modos de vida coexistentes no território .
De tal forma, essa linha de pesquisa contribuirá para a análise crítica de uma região que, de forma subordinada, se integra a uma formação social dependente e marcada por processos totalizantes que se evidenciam através da profunda articulação, existente, entre as esferas local, nacional e transnacional.
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Movimentos Sociais, Território e Planejamento

Essa linha de pesquisa volta-se para o estudo dos movimentos sociais as políticas e territoriais e o planejamento a partir da consideração dos aspectos socioespaciais, culturais, políticos e ambientais. Concentrar-se-á nas reflexões teóricas e na interpretação de situações empíricas que configuram o processo de definição das territorialidades, envolvendo diferentes interesses, tais como: o poder público, os setores empresariais e os grupos organizados em movimentos sociais populares, inclusive aqueles segmentos que não se enquadram em qualquer forma organizativa historicamente consolidada. Será considerada a análise da constituição e significado dos movimentos sociais, em sua interlocução com o Estado e seus aparatos governamentais. Identifica e compreende a construção das chamadas “regiões e territórios, a partir da consideração das intervenções instituídas pelo poder público e dos grupos étnicos que demarcam fronteiras específicas, nem sempre orientadas pelo critério geográfico.

Esses grupos, inseridos no contexto da diversidade regional da Amazônia, notadamente do Maranhão, afirmam suas diferenças a partir de relações próprias com os recursos naturais, tais como o sistema de uso comum das terras e de outros elementos de territorialidade Serão considerados sob as perspectivas analíticas dos conflitos existentes pela definição dos critérios de classificação das fronteiras territoriais, assim como a legislação referente ao reconhecimento dessas territorialidades. Uma via de análise será a avaliação do poder público e dos setores empresariais, no que se refere ao cumprimento dessa legislação e o levantamento das novas demandas que estão sendo criadas a partir da organização coletiva que orienta a reivindicação de direitos, e em que medida essas intervenções contemplam os interesses e as expectativas desses grupos e da própria diversidade regional.