A ancestralidade, a fé e a força captadas pela fotógrafa Ingrid Barros.
Por PPDSR UEMA em 23 de fevereiro de 2018
Toda ancestralidade possível não basta para manter viva a identidade de sertanejos, indígenas e quilombolas que tecem a rica bandeira cultural do Maranhão – contraditoriamente o estado mais pobre do Brasil. Em casa, a fotógrafa documentarista Ingrid Barros, 25, registra parte dos dias de seus conterrâneos e os detalhes da vida simples e cheia de crueza, que vão do retrato antigo de família até o prato de carne e farinha sobre o chão de terra batida. “São comunidades que estão em um processo de resistência e luta”, ela diz.
O ofício é recente para a maranhense formada em Direito e militante em defesa de povos tradicionais. Hoje, as nuances da formação acadêmica aparecem nas fotos e nas videorreportagens que produz: “Sempre falo que o Direito é o ‘fundamento’ do meu olhar. Me é útil”.
Apesar de se dedicar integralmente à produção audiovisual há pouco tempo, Ingrid apresenta um olhar afiado, que conversa com nuances do fotojornalismo clássico, de cores potentes, vivas. Seus retratos não parecem ser de alguém ainda em início de carreira. Talvez porque não exista estrangerismos na relação fotógrafa- fotografados. “É aqui que estou e é aqui que me faço. A fotografia acaba sendo minha ferramenta à serviço da força e insurgência dessas comunidades”, define.
Nos últimos dois anos, ela tem frequentado comunidades quilombolas de Monte Alegre, Alto Bonito e Nazaré, além do território indígena dos Akroá-Gamella, todos no interior do Maranhão. “Esses povos estão constantemente em situações de conflitos e ameaças pelo latifúndio, agronegócio e demais ambi