Linhas de Pesquisa

A linha de pesquisa “Estado, Trabalho e Globalização” volta-se para o estudo do Estado enquanto poder político e instituição estratégica no planejamento e na materialização de políticas de desenvolvimento. Preocupa-se, ainda, com o exame das relações de produção e das dinâmicas do mundo do trabalho no capitalismo contemporâneo. A linha estimula a realização de estudos sistemáticos sobre o Maranhão contemporâneo, com ênfase nos efeitos sociais produzidos por grandes empreendimentos econômicos oriundos de setores como agropecuária, madeireiro, minero-siderúrgico, especialmente no chamado corredor de exportação. Os denominados grandes projetos, além de atingirem diversas territorialidades rurais, trazem impactos para as zonas urbanas, explicitando as contradições econômicas, sociais e ambientais que permitem a eclosão de movimentos sociais populares a reivindicarem do Estado políticas condizentes com as dinâmicas produtivas locais e com os distintos modos de vida coexistentes no território. Desse modo, a linha colabora para a análise crítica de uma região que, de forma subordinada, se integra a uma formação social dependente e marcada por processos totalizantes, cuja compreensão demanda profunda articulação entre esferas local, nacional e transnacional. 

A linha de pesquisa “Movimentos Sociais, Território e Planejamento” volta-se para o estudo dos movimentos sociais, das políticas territoriais e do planejamento a partir da consideração de aspectos econômicos, socioespaciais, políticos, culturais e ambientais. Abrange tanto reflexões estritamente teóricas quanto análises de situações empíricas, em contextos rurais e urbanos, que configuram processos de definição de territorialidades, considerando atores como poder público, setores empresariais e grupos organizados em movimentos sociais populares, incluindo expressões que não se enquadram em formas organizativas historicamente consolidadas. A linha identifica e compreende a construção das chamadas regiões e territórios a partir das iniciativas do poder público e dos grupos sociais e étnicos que demarcam fronteiras específicas, nem sempre orientadas pelo critério geográfico. Esses grupos, especificamente no contexto da diversidade regional da Amazônia, afirmam suas diferenças a partir de relações próprias com os recursos naturais, tais como o sistema de uso comum das terras e outros elementos de territorialidade. A linha se debruça sobre os conflitos pela definição dos critérios de classificação das fronteiras territoriais, assim como sobre a legislação referente ao reconhecimento dessas territorialidades. Por fim, estimula investigações que avaliem o cumprimento da legislação pelo poder público e setores empresariais, bem como fomenta a identificação de novas demandas criadas a partir da organização coletiva popular, com vistas à efetividade de direitos e à garantia da diversidade regional.